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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O pôr do sol!

Vasculhando alguns emails, encontrei esse texto que escrevi em 2008 sobre o equilíbrio mental, físico e espiritual! Espero que gostem!
“Depois de um dia cansativo de trabalho, lá estava eu percorrendo o caminho de sempre: ponte – perimetral – aterro – casa! Um trajeto que para muitos é sinônimo de estresse, para mim são momentos de reflexão. Aproveito, sempre que posso aqueles 30 minutos que podem chegar a até 1 hora e 20 minutos para pensar e refletir sobre algumas peripécias da vida.
           Apesar do clima chuvoso, já tive várias oportunidade de contemplar o pôr-do-sol da ponte Rio - Niterói, um evento que Lévi-Strauss sabiamente descreveu como “uma representação completa do dia, com começo, meio e fim. Trazendo as diferentes tonalidades do dia (brilho intenso do sol, meia claridade e anoitecer) todas condensadas e aceleradas em sua passagem diante da observação humana”. Um momento único, que nos oferece uma memória condensada do que passamos nesse dia que está prestes a terminar, um total equilíbrio da natureza.
           Depois de certo amadurecimento, aprendemos que alguns minutos em silêncio, escutando talvez, apenas a sua respiração, podem substituir horas numa sala de Yoga. E ainda, o autoconhecimento que esses momentos promovem pode ser comparado às horas num divã e é bem mais em conta.
           Sempre muito falante, sempre reclamei dos momentos em que minha mãe estava lá, simplesmente sentada, focada no “nada”, reclusa em seus próprios pensamentos, sem me dar a mínima atenção. E hoje, me pego tendo a necessidade desse espaço.
           Mudanças que tem como elemento essencial, a combinação de coragem, desprendimento e energia. Coragem para desbravar mundos antes nunca visitados e não desistir diante do inesperado, desprendimento para deixar o passado para trás e energia para percorrer novos caminhos sem se abater com os obstáculos da vida. Caetano Velloso disse uma vez “Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho”, mas em certas ocasiões acho que devemos pisar firme, sem medo do incerto, sem medo de mudar.
           E com isso, vamos mudando e crescendo, criando um equilíbrio de corpo, mente e espírito. Um princípio universal  que nos orienta a cuidar de cada parte como um todo, prestando atenção para cada núcleo de sua vida. E em um desses momentos, vi o quanto é necessário, durante o crescimento pessoal, manter esse equilíbrio, assim como existe o nascer e o pôr-do-sol. Momentos que sem um, não existe o outro e vice-versa. Ou seja, se você se dedicar muito ao corpo e ao espírito, esquecendo a mente, você será forte, poderá se dedicar a outras pessoas, mas com poucos conhecimentos e outros recursos racionais.
           Hoje em dia observo uma ausência de equilíbrio no ser humano. Pessoas extremamente racionais, mas com o emocional enfraquecido e uma espiritualidade oscilada. Mantendo sempre uma postura indiferente com relação ao próximo, sempre civilizados, finos, contidos, e tão adestrados na arte de camuflar as emoções que denotam fraqueza ignorando as diretrizes do Equilíbrio. Vejo também, contrário à citação anterior; pessoas extremamente carentes, se apoiando em ombros desconhecidos sem a menor precaução. Seres humanos que exalam sentimentalismo, na busca de algo para preencher um vazio que eles mesmos cultivaram. Muitas vezes já me peguei em situações como estas, mas hoje acredito que existe sim um equilíbrio entre esses dois pólos. Um ponto em comum onde podemos viver sem nos machucar e sem ofender o próximo. Deve ser por isso que recebemos um ensinamento que tem o equilíbrio como eixo: "Amai ao próximo como a ti mesmo".
           Eu me permito dizer que o excesso é ruim, mas é sempre saudável extravasar os sentimentos, emocionar-se com um abraço, um elogio, um filme de amor, a dor de um amigo, ou mesmo de alguém desconhecido. Entregar-nos às emoções e amadurecer com elas. Adquirir uma paz interior persistente através da exteriorização dos sentimentos para manter uma mente saudável, sem rancores, mágoas e ruínas do passado. Conduzindo o espírito, a mente e o corpo numa perfeita harmonia digna de uma comparação com a Orquestra Filarmônica de Berlim, que com violinos, contrabaixos, harpas de corda, entre outros instrumentos são regidos igualmente em total sincronismo.
           O equilíbrio nos permite ser feliz e sorrir para o mundo, mesmo quando a condição não é favorável. Essa paz e a alegria têm de vir do nosso íntimo gerando uma saúde espiritual, e isso não acontece de uma hora para outra. Mas através do autoconhecimento e momentos como estes em que paro para contemplar momentos “simples” como um pôr-do-sol.  Ocasiões que me transformam num ser mais humano e espiritualmente sadio. Com a mente no lugar e objetivos traçados, o equilíbrio nos proporciona a vontade de viver e distribuir sorrisos para quem quer que seja na tentativa de dar para outro alguém uma parcela do que é ser feliz. “
Por Ana Ceolin em 03 de outubro de 2008

“O bom humor, faz sorrisos, os sorrisos fazem amigos e os amigos valem mais que uma fortuna.” [autor desconhecido]

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